Poeta Manoel Messias Belizário Neto – Síntese biográfica

Manoel Messias Belizário Neto (10/10/1981)

Manoel Messias Belizário Neto adota artisticamente o nome de Manoel Belizário. Nasceu em 10 de outubro de 1981 no Sítio Lages, zona rural do município de Aguiar, Paraíba. Mudou-se para a cidade aos 10 anos, com o objetivo de estudar, morando com o póstumo avô José Parente. Lá, Manoel Messias estudou do primário ao ensino médio e, em 2004, partiu rumo à capital paraibana após passar no vestibular para Letras, na Universidade Federal da Paraíba (UFPB).

Seus primeiros contatos com a literatura de cordel foram ainda quando criança, através de seus irmãos mais velhos, que liam e reliam à luz do candeeiro as histórias rimadas, para o deleite da família.

Com relação à composição dos cordéis, Manoel Messias só inicia quando, trabalhando em sala de aula com textos poéticos e munido por uma necessidade de incentivar os seus alunos para o estudo, compôs seus primeiros folhetos intitulados: Peleja do Aluno Preguiçoso com o Estudioso e Conselhos de Mãe.

Esses foram os primeiros, de muitos outros folhetos, que seriam produzidos e continuam sendo ao longo de sua vida. Entre eles: “Satan Processa Bin Laden e Bush Por Plágio e Difamação, que, em 2007, foi vencedor: A Peleja da IntegraçãoCordel do Estatuto da Criança e do Adolescente, entre outros.

Ao longo de sua trajetória poética, Manoel Belizário já compôs mais de trinta folhetos e, no ano de 2010, resolveu disseminar sua poesia no mundo virtual passando a publicar pequenos poemas em cordel com o intuito não apenas de divulgar o seu trabalho especificamente, mas seu maior objetivo era, acima de tudo, divulgar o cordel, a cultura popular, derrubando as fronteiras físicas e geográficas, dissipando-os pelo mundo, através do meio digital. Dessa forma, Manoel Messias Belizário Neto passa a lançar seus poemas na Biblioteca Virtual dos escritores, criando, também, um blog denominado: Cordel Paraíba.

Em 2011, o professor e poeta popular Manoel Messias Belizário Neto lançou, em João Pessoa, o projeto Semeando Cordel na Escola e na Sociedade, que foi patrocinado pelo Fundo Municipal de Cultura. Sua proposta ancorou-se na difusão da literatura de cordel nas escolas, dando acessibilidade à população deste fazer poético, além de incentivar a descoberta de novos poetas, ora adormecidos pelo anonimato (BERTO, 2011).

Para tanto, fora produzido um livro, de autoria do próprio proponente do projeto, intitulado: Agruras de um Poeta Popular ou Congresso dos Poetas Populares no Paraíso. De sua produção, metade foi doada para as cem escolas do município de João Pessoa que participaram do projeto e a outra metade foi cedida ao autor.

Seus cordéis  versam sobre temas atuais, muitas vezes ecoam como um apelo da própria população, como é o caso de um de seus poemas, intitulado: O Assassinato da Juíza Patrícia Acioli, que ocorreu em São Gonçalo, Rio de janeiro, no ano de 2011. Neste poema, o poeta clama para que a justiça seja feita, remontando um tom de descrença com a própria justiça. Diante disso, ele escreve:

 

O Assassinato da Juíza Patrícia Acioli

 

 Peço a justiça divina

Para vir me abençoar

Me trazendo inspiração

No que me ponho narrar

Já que a justiça da terra

Estou ciente não há.

 

Porque, leitor meu, enquanto

Existir corrupção,

Má vontade, indiferença,

Falsidade, omissão

Será o fundo do poço

O futuro da nação.

 

Leitor amigo confesso

Que estou indignado

Vendo esta situação

A qual chegou nosso Estado

A morte dessa juíza

Deixa o Brasil revoltado.

 

Patrícia Acioli era

Magistrada destemida.

Honrava o cargo que tinha

Tendo o certo por medida.

Nem que pra isso pusesse

Em risco a própria vida.

 

[…]

 

A juíza então andava

De forma desprotegida

Esperando que um dia

Pudesse ser atendida

Pelo injusto tribunal

Que não lhe dava saída.

 

Até que num certo dia

Ocorreu o esperado

Patrícia ao chegar em casa

Teve o carro rodeado

Por um grupo de bandidos

Muito bem municiados.

 

Foi então covardemente

Que ela foi assassinada

Por omissão da justiça

Que mesmo sendo avisada

Botou a venda no rosto

E preferiu fazer nada.

[…]

 

Com a alma de poeta, Manoel Belizário é professor de língua portuguesa e cordelista, segue semeando a arte do cordel, produzindo as reflexões dos seus leitores e difundindo cultura.

 

FONTES CONSULTADAS

BERTO, Luiz.  Manuel Messias Belizário Neto. In: JORNAL da Besta Fubana. Uma Gazeta Da Bexiga Lixa. Publicado em: 14 maio 2011. Disponível em: <http://www.luizberto.com/ correspondencia-recebida/manoel-messias-belizario-neto-joao-pessoa-pb-8P>. Acesso em: 22 out. 2014.

CORDEL de Manoel Messias Belizário Neto. In: MUNDO do cordel. Disponível em: <http://mundocordel. blogspot.com.br/2011/08/cordel-de-manoel-messias-belizario-neto.html>. Acesso em: 23 out. 2014.

MANOEL MESSIAS BELIZÁRIO NETO In: O NORDESTE. Disponível em: <http://www.onordeste.com/onordeste/enci clopediaNordeste/index.php?titulo=Manoel+Messias+Belizario+Neto>.  Acesso em: 14 nov. 2014.

SOBRE Manoel Belizario. In: CORDEL Paraíba: espaço destinado à publicação de poemas e informações diversas relacionadas com a literatura de cordel. Disponível em: <http://cordelparaiba.blogspot.com.br/2010/03/quem-e-manoel-messias-belizario-neto.html>. Acesso em: 22 out. 2014.

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